Um sonho de cristal
espatifado em mil pedaços
a nau da tristeza conduz
no imenso oceano d´alma
tempestades do coração
enfrentadas com bravura
ao ritmo de Carmina Burana
entre lágrimas e suores noturnos
desesperança enfraquece
a condução da nau
podendo afundar
na falta de sentido
a noite da alma longa se faz
perspectiva não se faz alvorecer
a tempestade se vai
reina absoluto o obscuro silêncio
olhos buscam respostas
vasculham o firmamento da alma
à procura do rumo perdido
apontado por reluzentes estrelas
e lá estão elas
surgindo uma a uma
lentamente
num multicolor arco-íris
o olhar paulatinamente se recupera
tornando-se lúcido de vida
fita estarrecido ao descobrir
em cada estrela um estilhaço de cristal
A nau encontra seu rumo
aporta num novo continente
onde alvorece o dia
sob o céu multicolor como um vitral
o que dantes fora um sonho de cristal
estilhaçado em mil pedaços
vencidas as tempestades e desesperanças
agora reagrupados pedaços organizados
sob a benção do céu de vitral
novas cores e tons
a serem vividos e aventurados
nos passos firmes junto ao caminho
e assim o vitral ensina
sonhos passam por transformações
porque precisamos primeiro
ficar do tamanho dos nossos sonhos...
...ensina a jamais desistirmos do caminho
só assim o caminho nos conduzirá
exatamente onde nossas almas desejam
mas não antes de todas necessárias transformações
afinal um vitral é muito mais bonito
rico e vibrante em todas nuances
do que um transparente pedaço de vidro
grosso ou fino como cristal.
(Susie Sun)
